domingo, 15 de setembro de 2013

Terminais servem como banheiro ao ar livre

Certo dia, ao chegar no Terminal do Papicu, vi uma movimentação de motoristas e cobradores próximo a entrada. Me aproximo um pouco e presencio um motorista, aparentando revolta, que conversava com os fiscais da ETUFOR. Não tinha como não ouvir, afinal eles estavam do lado da fila em que eu estava.. Ele reclamava que um operador de uma outra empresa havia urinado no veículo em que trabalhava.

Segundo apurei, depois do flagra, o motorista reclamante chamou a atenção do operador, que retrucou menosprezando a empresa que o condutor trabalha. O motorista frisou que o veículo é um patrimônio e que não se deve fazer esse tipo de coisa. Os dois iniciaram uma discussão, sendo apartados por outros colegas de profissão.


O motorista, ao relatar isso aos fiscais, deveria estar esperando um posicionamento. Talvez da administração do terminal. Queria também denunciar o fato para fiscais da empresa na qual o operador pertence, mas não havia nenhum ali durante a noite. Em seguida, embarquei no coletivo. O motorista deste comentou com outro colega: "Esse daí é babão!"

Babão ou não, o motorista que denunciou o fato estava mais do que certo. Existem operadores que fazem dos terminais de ônibus um banheiro ao ar livre. Fazem suas necessidades, geralmente a primeira, nas paredes que cercam a área destinado ao estacionamento dos ônibus. Quando o coletivo chega na plataforma para o embarque, muitas vezes está com um forte odor de urina. Uma usuária, do mesmo ônibus que o meu, confirmava que a prática e o desconforto gerado com a situação é corriqueira.

É uma questão de educação. A desconsiderar casos extremos, será difícil ir andando até o banheiro? Claro que não são todos os operadores que agem assim, mas o comentário inoportuno do motorista, ao taxar o outro de "babão", só reforça que ainda existem, infelizmente, pessoas que não se importam com a qualidade e preservação do transporte. Talvez ele também seja um desses "mijões". É preciso que as administrações dos terminais apurem e coíbam esse tipo de atitude.

(Texto publicado originalmente em Fortalbus.com no dia 12/07/2013)

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