domingo, 15 de setembro de 2013

Presente de natal no transporte e um desafio ousado

(Texto publicado originalmente em Fortalbus.com no dia 26/12/2012)

Resolvi andar de ônibus no último dia 24. Esperava não encontrar engarrafamentos. Peguei a linha 030 (Siqueira/Papicu/13 de Maio) no sentido Papicu. Em dias considerado "normais" o trajeto costuma ser pesado. Eis que me espanto com um engarrafamento formado a cinco quarteirões da Praça Portugal. Mas como era possível? Em plena véspera de Natal!

Motivo: um ônibus em pane na Avenida Dom Luiz, em frente ao Shopping Aldeota, poucos metros após a saída da rotatória.

No Terminal do Papicu, o passeio continua na linha 086 (Bezerra de Menezes/Santos Dumont) em direção ao Terminal de Antônio Bezerra. A lentidão surpreende mais uma vez nos arredores dos Shoppings Center Um e Del Paseo. Talvez seriam os retardatários em suas compras natalinas. Daquele ponto em diante, sem maiores entraves ao longo do percurso.

Do Antônio Bezerra, linha 097 (Antõnio Bezerra/Siqueira), rumo ao Siqueira. Do Siqueira, linha 362 (Siqueira/Vila Manoel Sátiro/Parangaba), destino Parangaba. São linhas periféricas, sem maiores contratempos no trânsito.

O destaque começa a se notar a partir do Terminal da Parangaba. Eram 17:30. A fila que mais chamava a atenção era a da linha 041 (Parangaba/Oliveira Paiva/Papicu). Estava um sonho. Não que houvesse uma longa aglomeração de pessoas ou alguma confusão, mas pela tranquilidade em que aquela fila se encontrava. Além da frequência divina dos coletivos daquela linha.

Em um intervalo de 10 minutos saíram quatro ônibus, o que significa uma média de 2 minutos por coletivo. Era fácil deduzir que naquela véspera de Natal as tabelas eram as mesmas de um dia "normal", dia útil. No mínimo, tabela de sábado daria conta. Embarco no quarto veículo. Era de uma serenidade absurda. Sem contar com os anfitriões, éramos 10 passageiros. 

Admirava-me com a frequência da linha 041 no sentido oposto. Com intervalos de, aproximadamente, sete minutos cada um, os ônibus não estavam lotados. Havia sim algumas pessoas em pé, mas nada de exageros. Pela data, não houve expediente para muitos fortalezenses. Tanto que não subiu um passageiro sequer. Os demais foram desembarcando ao decorrer das paradas. Viagem completa em 52 minutos.

Afinal, qual a razão para essa otimização tão escancarada? Não hesito em responder: tímidos veículos particulares nas vias.

Durante todo o percurso não houve engarrafamentos. Fluidez total. Logo, os horários estabelecidos são cumpridos, as viagens se tornam mais rápidas, os compromissos são acertados na hora certa e o estresse passa despercebido. Um ótimo presente de natal! 

Conclusão, é possível sim termos um transporte ágil e de confiança. Mesmo com a pouca estrutura disponível para isso em Fortaleza, tal feito é capaz. Basta que a população saiba da importância e que as empresas e órgãos gestores façam por onde, com incentivos.

Observação, as lentidões apresentadas no início foram problemas pontuais, passíveis de acontecerem até no feriado mais longo que haver.

Porém, enquanto não dispomos de uma estrutura mais apropriada, é o que temos para hoje.

Desafio, quem topa deixar o carro em casa? Em favor de um transporte coletivo mais rápido, para que possamos desfrutar de uma verdadeira Mobilidade Urbana.

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