domingo, 15 de setembro de 2013

Reajuste por um transporte de qualidade

(Texto publicado originalmente em Fortalbus.com no dia 23/01/2013)

O presente de ano novo deixado pela ex-prefeita Luizianne Lins, ao autorizar, no dia 21 de dezembro, um reajuste de 10% sobre a tarifa de transporte coletivo em Fortaleza, porém, divulgado pelo Diário Oficial no dia 1º de janeiro, potencializou ainda mais o seu final de mandato derradeiro. As reações não foram as melhores, claro. Queremos sempre coisas boas no ano novo que se inicia, não foi bem o caso.

Apesar da atual gestão, agora sob o comando de Roberto Claudio, tentar empreender esforços para reverter a decisão na justiça, a passagem aumentou para R$ 2,20 a inteira e R$ 1,10 a meia no último dia 11. Conforme divulgado, segundo relatório técnico apresentado pelo Sindiônibus, o aumento deveria ser de 0,27 centavos. Entretanto, a gestão anterior preferiu arredondar para menos o reajuste, fixando-o em 0,20.

Pelo menos, houve o anúncio com dez dias de antecedência. Mesmo assim, nenhum aumento é bem vindo ao trabalhador se não acompanhar de melhorias no serviço prestado. Ainda segundo o Sindiônibus, a medida foi necessária apenas para suprir o déficit financeiro das empresas consorciadas, restabelecendo o equilíbrio econômico.

Passados 12 dias, o fortalezense parece ter se habituado com a nova tarifa, pelo menos em um primeiro momento. Mesmo que não sejam realizadas melhorias a curto prazo, o que dispomos no transporte, em termos técnicos, é digno de reconhecimento. 

Quase difícil andar pela cidade de ônibus e não embarcar em um veículo novo, do ano, cheirando a novidade, acessível e seguro. Tal mérito se deve às políticas praticadas pela gestão anterior voltadas para o incentivo das empresas operadoras, que renovaram significantemente suas frotas em comparação à anos remotos. A renovação é constante, se comparada com outras capitais.

Se o reajuste manter essa mesma política, estamos, sim, pagando por um transporte, tecnicamente, de qualidade. Claro que falar em transporte coletivo sempre remete à ineficiência nas operações, mas existem uma série de fatores que contribuem para tal reconhecimento. Cabe, justamente, ao Poder Público solucionar esses fatores.

Uma nova administração está dando seus primeiros passos. Existem promessas de melhorias na mobilidade urbana da capital, na qual o transporte está intrinsecamente ligado. Implantação de novas vias expressas é uma das principais delas. Sem falar nos corredores destinados aos ônibus, resta saber se a implantação do BRS terá continuidade, o que é provável. 

Dentre as promessas, a mais esperada, bandeira de campanha do prefeito Roberto Claudio, é a implantação do Bilhete Único, integração entre ônibus regular e metropolitano, van e metrô. Segundo a prefeitura, em junho terá início a 1ª etapa deste ousado projeto. Ao final, se obtiver sucesso e mantendo a tarifa estagnada, em comum acordo com as empresas, será um grande avanço no transporte da capital. É esperar, com otimismo, para conferir.

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