(Texto publicado originalmente em Fortalbus.com no dia 12/03/2014)
Prática cada vez mais comum - e que não deveria ser - é a rotineira ação de jovens que se habituaram a não pagar a tarifa nos coletivos de Fortaleza. Aliás, jovens esses que são de se duvidar as suas reais aspirações enquanto carregam em seus vigores o título em potencial de "o futuro do Brasil". Trajados com bonés, colares reluzentes, roupas que servem mais à marca do que a função primeira que lhes deveria ser utilizada, juntamente com seus colegas, esperam o momento certo de pular a catraca do ônibus.
É claro que as vestimentas não são condicionantes, trata-se apenas de mera identificação. Porém, a moda está tão difundida que fica difícil discernir quem é quem.

O fato de não pagar a passagem é um dos reflexos dessa acomodação. Produto deste mesmo processo, um "pseudo-poderio" age sobre esses jovens, que aparentam impor uma certa imunidade. Nem ouse impedi-los ou contrariá-los! O resultado pode ser nada amistoso, visto a "autoridade" que eles querem transparecer. Os pais não param, o Estado não para, e sobra para os operadores em transporte freá-los? Não é justo, pois são tão vulneráveis quanto todo mundo.
Um simples - e infeliz - fato que ocorre no transporte coletivo é motivo para levantar uma tentativa de análise da conjuntura social vigente em nosso país (o que foi feito neste artigo). Para remediar práticas endêmicas como a de pular catraca, e a de aprender a conviver respeitosamente em grupo, a Educação continua sendo a principal saída. E tem que ser logo desde criança. Essa medida refere-se à todos os envolvidos. Em primeiro lugar, os familiares, ao impor que tudo na vida tem limite, e em seguida o Estado, devendo propiciar os equipamentos necessários ao pleno desenvolvimento intelectual e cultural do indivíduo. Pena que os resultados surgirão a longuíssimo prazo, e, em se tratando de Brasil, é quase uma utopia.
Mas a endemia continua, sustentada pelos mais velhos que, a primeira vista, parecem não estarem aptos para mudar. Só resta a firmeza - no sentido estritamente legal da palavra - e posterior cumprimento das leis, visto que nossas legislações são conhecidas pela sua "frouxidão" e desmoralização, visando a disciplina aos transgressores.
Pular catraca também entra no cálculo de reajuste de tarifa.
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